segunda-feira, 25 de abril de 2011

BODAS DE PLUMA

Por mais incrível e estranho que pareça, sim. Existe uma lista de bodas de namoro. Só não sei quem deu o nome de "Bodas de Pluma" aos 6 primeiros e mais difíceis meses de um relacionamento. Deve ser o mesmo que dá nomes aos esmaltes: como pode um esmalte azul chamar verde-água?

Nada de leveza e sutileza da pluma. Por favor! faça valer a importância desses seis primeiros meses de vida de um amor! Consegue imaginar duas vidas distintas, unidas, tentando adequar anos de vícios comportamentais e resquícios de experiências passadas? Convivendo, aprendendo, dois totais e completos estranhos estabelecendo e conhecendo limites. Dos emocionais aos físicos.

Pluma, sei... Esta etapa deveria ser a verdadeira boda de ouro. De peso, respeito e muito valor. Depois que as regras foram estabelecidas fica fácil ir adiante. O ajuste é que merece todos os louros. Uma delicada chave inglesa que aperta ou solta qualquer desajuste.

O pior, ou melhor, é que nenhum novo relacionamento vem com um Guia do Usuário com tópicos "Onde desligar o ciúmes frenético da minha namorada?" ou "Aprendendo a sintonizar as antenas do meu namorado em 5 e simples passos". Tudo isso é feito na base do erro e acerto. Com AMOR e PACIÊNCIA.

É nessa fase que realmente se descobre o amor. Como se, feitos os ajustes, olhasse do alto da sua escada de 4 degraus dobrável, e visse a sua obra pronta pra voar. E ai sim poder viver a leveza e sutileza que o tempo sopra. A seu favor.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Bon voyage Van

Daqui de baixo, a sombra de um avião me lembra que amanhã você parte. Se me esforçar um pouquinho, posso te ver. Andando de lá pra cá. Ouvindo os sons do aeroporto e sentindo o cheiro tão peculiar de viagem que ele tem. O cheiro de algo bom que está lá na outra ponta, onde daqui a algumas boas horas, verá a cor.

Amanhã você parte. Sim. Repito pois mesmo sabendo que passa rápido sinto saudade das vezes que não pudemos nos ver só por causa da correria da cidade. Ou porque, como você adora dizer, sou workaholic e estou me esforçando pra ficar milionária... Esses impeditivos, comparados a milhares de quilometros, amanhã se tornarão tão tolos!

Também ouso dizer que já tenho saudade dos dias que te odiei sem te conhecer. Isso me deu a certeza de que meu faro é falho. Brincadeiras de nado sincronizado se tornaram confidencias de momentos cruciais na vida das duas.

"Guiga...você pode me dizer mil vezes que ta bem que eu não vou acreditar. Sabe por que? Porque somos idênticas. Vem pra cá já que eu sei que precisa desabafar." Não esqueço.

Não esqueço também o que aprendi quando conheci minha irmã Florencia, que amor de verdade supera muitas coisas, perdoa mais um monte de outras, mas ele sempre vive. Sempre está presente, quer você veja quem ama uma vez por dia ou uma vez por ano. O tempo não passa pras irmãs como nós. Irmãs por escolha, por afinidades, por amor.

Amanhã você parte e eu não pude te dar um abraço. Mas te dou esta lembrança pra saber que na India, Israel, Indonésia ou qualquer outro "I" que escolher, estou com você.

Amarrrr você!

sábado, 15 de janeiro de 2011

Entrei

Pro hall da fama? Não. Pras estatisticas.

Ontem, como boa paulistana instruida e precavida que sou, entreguei tudo que tinha sem reação alguma ao sujeito que apontava uma arma para a cabeça do meu namorado.
Alguns minutos amedrontadores que não vão sair tão cedo da minha memoria. Como todo assalto, itens de praxe: bolsa toda com celular, ipod, estojo de maquiagem, chaves de casa, documentos, cartões, quinquilharias tipicas de uma bolsa de mulher, crachá da empresa, cartão pessoal e uma imagem de Santa RIta. A do namorado, com alguns itens a menos, mas não menos importantes.

O mais surpreendente desta história não é o fato de termos sido assaltados, e sim pelo fato de NÃO termos sido assaltados antes. Já faz parte do descritivo de qualquer cidadão: "Olá, meu nome é tal, tenho tantos anos, trabalho com tal coisa e fui assaltado tantas vezes." Porque isso se tornou algo tão normal? conformismo? Não sei bem o que nos leva a agir passivamente diante da violência. Como é sabido que hoje, a chuva assolara metade do país, hoje, também, mais 100 pessoas serão assaltadas na capital.

Obviamente não devemos reagir. Um homem armado se torna o soberano decisor do SEU destino. "Entregue tudo o que tiver sem pestanejar" dizem todos. Todos seus objetos se vão. Mas fica a sensação de humilhação. Naquele momento você está ao sabor do destino.

Hoje, com o corpo e mente frios, avalio o perigo e ao risco que fomos expostos. O homem que amo intacto e com saúde, eu, com minha integridade (pelo menos física) intacta. Agradeço por ter escapado à outra fatia das estatísticas não tão "sortuda", por assim dizer, que não me permitiria estar aqui hoje. Olhando pela janela e vendo que vai chover. De novo.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Dar Graças é justo e necessário...

Já dizia a oração antes da comunhão... Não! este post não é uma apologia católica!

Uma das minhas melhores amigas foi passar seu aniversário em New York. Fiquei eufórica só de imaginar todas aquelas decorações natalinas, com lojas tocando Frank Sinatra e seus hits "jinglebellinos", arvores imensas, luzes, frio e quiçá neve! que SONHO!..... "Gui, eles só decoram a cidade depois do thanksgiving day". Dei aquele suspiro de mmmfff, meio decepcionada como se eu mesma estivesse por lá e soubesse dessa informação de última hora. "Pena", pensei...

Mas veja; porque dentre tantos outros feriados e costumes inúteis e deslocados da nossa cultura que foram importados, logo este que de alguma forma se adapta a qualquer país ou religião, não foi?

Pare para pensar! um dia para agradecer a deus, ao cosmo, a força superior ou seja lá o nome que queira dar à grande e imensa força que nos rege por tudo de bom que nos sucedeu. Agradecer pelas coisas boas e positivas que recebemos e as vezes nem nos damos conta. Fico com a impressão que a nossa soberba manda uma mensagem direta ao céus do tipo: "ok, nada mais do que a sua obrigação"...

Quando li o livro da Liz Gilbert, "Comer, Rezar , Amar" e depois vendo a cena do filme em que ela começa um bate-papo com deus, tratando-o como um igual, me identifiquei. Quantas vezes eu tentei essa conversa! Quantas!!! Pedimos ajuda e nem sabemos a quem. Imagine para agradecer por algo bom que aconteceu!

Mas provado por A+B na física quantica, o poder do agradecimento é 10 vezes mais poderoso do que pensamentos de derrota. Você manda uma mensagem que ecoa e manda de volta mais daquilo que você mandou. Energia. Pouco interessa se você esta agradecendo e mentalizando um senhor barbudo com cara de profeta, ou um buraco negro, ou uma aura colorida. O que importa é que um pensamento positivo como o do agradecimento gera energia para acender uma lâmpada.

Eu decidi que vou agradecer. Nem que seja apenas uma vez por ano, como na cultura norte-americana. Perdemos tanto tempo olhando a grama do vizinho que nem percebemos o quanto a nossa está verde e viva!

Só agradeço. Pela vida, pelo amor, pelos amigos, pelos bichos, trabalho, mãe, irmãs, pelo dom, pela capacidade, pela saúde....

Obrigada!


sábado, 23 de outubro de 2010

RECUPERANDO BACKUPS

Revirando meus backups, encontrei fotos, trabalhos, lembranças e veja, meu antigo perfil de orkut. Por algum motivo, no decorrer dos ultimos tempos tinha decidido que ele já nao combinava mais comigo. Que a minha famosa intensidade tinha se tranformado em cautela, a minha impulsividade em racionalidade, minha euforia em paz, prazeres em gostos.

Hoje, no afã do ultimo post de me reencontrar, JURO, li este texto, feito em 2004 e me reconheci outra vez. Coisas que vivi estes meses me tiraram o medo, e que bom pq ele paralisa e eu graças a deus sai do lugar. Estou mais me perguntando "pra quê" do que "porque". Achei o pra quê de tudo. Precisava disso pra me encontrar de novo. Precisava entrar em contato de novo com coisas mais enraizadas. Voltei. E aqui, neste texto me vejo de novo.

"EU?

AMO EM EXCESSO. A VIDA, AMIGOS, MÃE, NAMORADOS, MEUS GATOS, MEUS CACHORROS. SOU CIUMENTA DE TUDO E DE TODOS.

GOSTO DE CURTIR CADA DETALHE DA VIDA, DESDE UM DIA DE CHUVA DENTRO DE CASA, BEM GOSTOSO PARA DESENHAR E ESCREVER, ATÉ UM DIA DE SOL QUENTE NA PRAIA.

PASSARIA UMA TARDE TODA JOGANDO CONVERSA FORA E PINTANDO AS UNHAS COM UMA AMIGA.

ADORO O CHEIRO DE CHUVA, CHEIRO DO MAR E DO MOLHO DE DOMINGO...DOS BARULHOS DE XICARAS DE MANHA QDO AINDA ESTOU DEITADA, DE ALGUEM FAZENDO MEU CAFÉ, OU ATE O BARULHO DO SILENCIO...

AMO MADRUGADAS, PRA PEGAR ESTRADA, PRA JOGAR CARTAS, PRA UM EDREDON E ABRAÇO PRA ASSISTIR UM FILME, PRA SAIR SEM RUMO COM OS AMIGOS, PRA CONVERSAR SOBRE A TEORIA DA RELATIVIDADE E SOBRE O QUE COMEREMOS NO DIA SEGUINTE.

GOSTO DA VIDA PELO SIMPLES FATO DE ME DAR A OPORTUNIDADE DE ERRAR E ACERTAR QUANTAS VEZES FOR NECESSÁRIO PARA ENCONTRAR O MEU CAMINHO.

SOU AMIGA DE QUEM É MEU AMIGO, DOU AMOR E ESPERO AMOR EM TROCA. RESPEITO E QUERO SER RESPEITADA. ODEIO QUE SUBESTIMEM A INTELIGENCIA ALHEIA. SENTIMENTOS PELA METADE ME ENLOUQUECEM. CASOS MAL RESOLVIDOS ME CANSAM... ACREDITO QUE AINDA EXISTE SINCERIDADE, FIDELIDADE, HONESTIDADE...ACREDITO NO AMOR, ACREDITO NO QUE ME DIZEM ATE PROVEM O CONTRARIO. INOCENTE OU NAO...AINDA TENHO FE NO SER HUMANO.


NÃO SEI DIZER "TE AMO" DE MENTIRA. POR ISSO DEMORO A DIZÊ-LO, MAS SEI DEMONSTRAR EM CADA GESTO E PODERIA DEDICAR CADA SEGUNDO A QUEM AMO SEM CULPAS E SEM MEDOS.


ESSA SOU EU. "

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O encontro de mim

Hoje o comentário foi a inclusão da cidade de São Paulo no Google Street View. Todos na agência estavam vendo suas casas, roupas no varal, cachorro no quintal, carro estacionado na garagem e coisas do estilo. Obviamente, totalmente tomada pela curiosidade, corri para ver a minha casa também. Rua tal, bairro tal, numero tal... buscar ............hã? Não tem a visualização da minha rua? Teoricamente eu não estou lá? Como assim? Cadê EU?

Muito obvio, pela minha profundidade emocional me pus a pensar no "Cadê EU". Pergunta que me assolou o dia todo, martelando como um maldito mantra.... cadê eu, cadê eu, cadê eu... Como se precisasse rever onde foi que eu parei no caminho, e me tornei o que sou hoje. Bom ou ruim, sou algo um pouco diferente do que era. Acumulei valores, pre-conceitos (sim, conceitos pré-formados) regras, tabus, crenças que talvez já não sirvam pra mim. "Não gosto de chuchu", "sertanejo? urgh!!", "não quero namorar!", "nunca mais volto aqui.."

Cadê aquela que pouco se importava com o tempo ruim e ia pra praia assim mesmo? e aquela que confiava nas pessoas e mesmo se decepcionando o teeeempo todo? tá! essa é mais dificil.... e aquela q emendava um namoro no outro? ou aquela q saia de balada e encontrava diversão numa mesa de lata de boteco? a que acampava, a que usava havaianas no trabalho, a que saia de cabelo molhado de casa todo dia e não usava maquiagem....Gente! sou outra! Cadê EU?

Estou precisando voltar ao momento em que tudo começou a mudar. Não que não seja feliz, mas talvez ir buscar um pouco disso me faça ainda mais feliz, e eu consiga voltar a amar sem medo, a confiar cegamente e, porque não, gastar menos pra me divertir! Geralmente quanto mais barato mais inesquecível.

Acho q estou querendo estrar lá no Google e me achar. No Google ou onde for. Quero olhar e me reconhecer... "olha lá!! achei!!".....

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O arroz, o feijão e eu.

comer: (lat comedere) Mastigar e engolir; tomar por alimento; mastigar e engolir alimentos; alimentar-se.

Mais do que isso. Uma relação umbilical e emocional com um prato de comida bem servido. Quase a sensação de um abraço ao degustar uma macarronda. De preferência com um layout bem distribuído. Bonito e colorido. Um afago no senso estético e na alma.

Porém, todo esse afago me afasta cada vez mais dos meus objetivos. Uma paixão visceral e descontrolada me guia a caminhos perigosíssimos! Pois bem. Essa paixão cheia de altos e baixos, emoções abruptas, inebriante e privativa de qualquer sensatez, tem dia e hora marcados para acabar.

Como qualquer relacionamento desgastado, o prato de comida e eu temos conflitos de interesses, e apesar do seu grande poder de sedução, tenho que olhar pro futuro e pensar mais em mim do que nele. Uma pequena dose de egoismo cai bem nessas horas de rompimento.

Tenho certeza que ele terá seu futuro também, perto de alguém que o aprecie e precise dele mais do que eu, podendo cumprir seu papel com plenitude. Enquanto eu, vou poder voltar a sorrir pro espelho. Como já disse, esse relacionamento tem dia e hora marcados para acabar: o dia internacional de começar a dieta...Segunda-Feira!!!